terça-feira, 16 de janeiro de 2007

São 34 as equações que reflectem num espelho a aura do que não existe

Ora, sendo do domínio dos equilíbrios pseudo-comatosos que 6 delas estão perfeitamente resolvidas, fica que faltam equacionar as restantes.

Isto, partindo, será fácil de inteirar. Basta-me, a mim, espirrar os cacos do espelho, que sem querer mastiguei com os olhos, e recortar do infinito as variáveis que ajudam a delimitar a coisa. Feito isto, está feito. Isto.

O pior é que, dentro do vendaval que me insufla a presença, o ar não chega para aventurar expulsões. Sopra musgos, recebe torrentes, embala lágrimas que escorrem para dentro, agita sonos vácuos, mas não alimenta brisas emancipadas nem chega a atentar contra o estado da ausência inadvertida. Ali repousa, ali tranquila, ali chama, ali apaga, mas nunca pousa, nunca aniquila, nunca brasa, e pouco mais acende. E depois, nem sempre as batalhas que reservo comigo, são destravadas por outros. Quanto muito, ganhas. Quase sempre, empatas.

O que varia, avaria. Avaramente.

É tão curto, tão próximo, tão meticuloso que raramente deixa a infinidade do lato quase senso. Não é comum, mas sente. Sente-se. Senta-te. Ali ficamos. Entre a variância das letras finais terminam as dúvidas que questionam a matemática das coisas geometricamente esfumadas, num tempo em que raramente ocorrem fenómenos raros, concorrendo, entretanto, para um resultado amorfo na igualdade pela grandiosidade solidária entre amores rasgados pela multiplicidade da divisão. Ou será pela subtracção adicionada? Também não interessa, já que as aritméticas se urdem em fogos-fátuos, não em fumos factuais.

São tantas as vontades de conseguir, finalmente, a resolução das matérias importantes, que depressa se vai a circulação pulmonar dos sangues oxigenados pela quietude dos aurículos em melodias compassadas por ventrículos que, não sendo ventríloquos, sempre auxiliam outros murmúrios sussurrantes em sonoros silêncios. Tudo muito próximo da transparência vítrea que, muito provavelmente, se desvia em padrões quase regressivos, mas certamente rectos.

E depois chega a luz das coisas, por fagulhas atreitas a queimaduras de graus recuperáveis em faixas alvas e desengorduradas. Dói a pele, mas não o nervo. Brilham as vértebras duma espinha que se atravessa no ténue fio que queremos esticar até à deformação do comprimento. Cumprimento. Mas sem saudar. Que dessa conclusão aparece as saudade de soslaio. Espreita mas de costas, a traiçoeira. Cospe mas de nada. É voraz mesmo de quem nunca viu. Escondo-me. Começou por tudo, e agora vai ali. Devagar. De vagar. A vagar. Encarrilam-se muito suavemente os trilhos do marasmo locomotor. Há apitos e avisos. Mas nunca apareceram as vides do aceno. São fortes as evidências. E as pálpebras.

Encandeiam as íris reviradas. Está quase, aquela altura em que o quase já esteve, e nem se deu. Por isso. Continuando tão depressa como a intenção de um relógio não desenhado, lá se vai enrolando a corda de aço por entre as más impressões digitadas na superfície dos gumes serrilhados e arrombados pela brutalidade com que a leveza da tolerância se vai rebolando em golpes mais ou menos distraídos.

Cerram-se os dentes logo depois do atraso da retirada da língua. Reparam-se os lábios. Está na hora. As equações afinal não variam. As variáveis não reflectem. O espelho, esse, ficou finalmente obscuramente baço. Morto. A aura, sempre inexistente, lá se vai fazendo notar. Os números remexem para se reordenarem. O tempo está já ali, trémulo. As certezas lá vão rastejando logo depois do tutano. Afinal, foi quase tão incerto como parecia parecer.

Mas equaciona-se…
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(confortavelmente instalado na irrazoabilidade das constantes)