quarta-feira, 23 de maio de 2007

(t)em tempo(s)

(Desafiado por Just me...AQUI)

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Nesse lacrimejar de ódio vão-se confundindo as cores. Remisturadas num REMOINHO DE ILUSÕES que turbilha as emoções e as funde no fino véu dos gritos imaginados. E calados. Jazem caídos de todas as memórias, gastas a cada golpe tentado, fortes a cada tentativa golpeada pela raiva daquilo que afinal nunca será. Mais que tu ou eu, há um nós que parece nunca ter respirado todo o anil. Sem o fel condensado num branco puro, mas agreste. Alvo, mas pérfido…

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…na espuma vã dos apegos, o que me contas não são segredos. São degredos. São decretos. E nas ondas daltónicas dos sentidos, aguardo embalado e adormecido pelos SONS QUE BRILHAM DA NOITE. Sem pressas, porque a angústia amadurece melhor no marasmo e floresce na aurora do silêncio…

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…ao lembrar-me de estar suspenso e sustentado nas ténues linhas do carinho, sorri e inspirei todas as PALAVRAS QUE RESPIRAM NO PENSAMENTO. Balanço-me furiosamente sem medo da queda. “Daqui o melhor que me pode acontecer é esquecer”, penso enquanto torço o torso, agora extenuado e já sedento de uma cumplicidade por demais desejada “Serás fêmea. Serás minha”. Mais uma vez aguardo pendido…mas não rendido…

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…com a transparência da espera, finco os pés na corrente do tempo que me falta. Perante aquele escarlate desfocado em ambas as retinas, resta-me arrancar um pedaço de luz, diluir-me e espalhar UM BEIJO SABOREADO A TODOS OS VENTOS.

(talvez se consigam reunir de novo todos os propósitos que dividiram o espectro cromático de um início volátil)